Carlos Eugênio Sombra Moreira
Russas / CE

Anelos de um peregrino

Quero deixar minha alma livre para seguir a aurora
E quando colher os frutos da liberdade plena
A sabedoria dos espíritos iluminados
O dom dos monges que profetizam a existência
Não quero compadecer na solidão dos apaixonados
Nem tampouco viver a mediocridade das idolatrias.

Quero ler a esplendorosa página da Criação
Compreender as escolhas humanas que levam a dor
Comtemplar as manhãs de inverno a verão
Perdoar e pedir complacência ao Criador
Escalar as colinas mais altas e desafiadoras
E esquiar nas montanhas geladas da civilização.

Quero entregar-me as sábias palavras das epístolas
Como os pássaros que se rendem o soar do vento
E a tempestade que se entrega aos designíos da natureza
Desprovido do glamour ou do plangor, de momento
Não quero que a fraqueza torne-se um ato de submissão.

Quero ser a rocha que suporta as tribulações no mar
Ao navegar em mares revoltos e águas complacentes
Anseio sapiência na peregrinação pelas estradas da vida
Não me contento com um contentamento descontente.

Quero ser a oração que dissemina esperança
E numa ação de fé e da supremacia do amor
Semear a semente que germina o fruto da vida
Para que a humanidade jamais perca a confiança
Na benevolência de seu Anjo Salvador.