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Diego Silva Oliveira
São Paulo / SP

 

 

Tempo perdido?


O relógio... A observação...
Nada mais que o tempo passando rapidamente...
Tudo conta-se...
Esconde-se e camufla...

O suor em horas mortas...
E a calma salgando o rosto...
Afundam os olhos embevecidos no cansaço...
Desmontam os sorrisos amarelados no fim do dia...
Decompõem... Reestruturam...
Corroem os alicerces derradeiros de nossas convicções.

Mas ainda há tempo para se contar? Para nos contar?
Para rogarmos aos santos todos por nossos enganos?
E corrigi-los?
Há, ainda, relógios, cujas horas acusam mudanças?
Cujos olhos divagados em ponteiros buscam pequenas utopias?
Efemeridades inflamadas?

Tempos perdidos edificam, também, sonhos perdidos...
E não há mais inflamações naquilo que somos...
Mas o que se ganha ao refletir tanto?
Qual a valia de tanta observação?

A muita labuta semeia cansaço...
E pensar, em demasia, instaura a dor em nossos alicerces...
Portanto, talvez seja necessário calar...
Quando tudo o que se pede é barulho...
Porque metade de nós deve ser, também, silêncio...
Às vezes é preciso deixar que o tempo se perca!


   
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Volume 112 - Maio de 2014