Marina Nanó
São Paulo / SP

À modernidade

Vejo o que o mundo se tornou
Me espanto com a frieza do coração
Se tanta força minha fora em vão
Estamos todos perdidos em uma imensa solidão.

Não adianta fugir, eles vão te pegar.
Não adianta sorrir, eles não vão deixar.
Eles te vêem o tempo todo
E ao tempo todo, seu ser humano é morto.

Não sinta! Não corra! Não tema!
Não fale! Não ouça! Não seja!
Seu tempo está cronometrado
A cada segundo, um terrível passado.

Não vá! Não venha! Não saia!
Não faça! Não falhe! Não exija!
Você é só mais um objeto
De um mundo perdidamente concreto
De um mundo perdidamente moderno.