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Cleverson Camelo Silveira
Luziânia / GO

Ode ao burguês neomoderno

O fervor latente que move essa imensa cidade,
Traz à minha mente o grande Mário de Andrade.
Que com sua pureza poética
E sua singular estética
Lançou-me em intensa cinética!

Eu insulto o burguês simulacro e mimetizado,
Tomado pela silhueta da imagem concreta e da mente-balão,
O burguês-mundo, o burguês-formicação, o burguês-virtual.
Eu insulto essa classe ímpia dos USBs,
Tomada pelo horror existencial.

Eu quebro o silêncio dos ouvidos besuntados pelas bactérias itinerantes...
Do homem-matéria, do homem-antiespírito...
Eu insulto esse burguês-pedra, seco, oco, vazio das moralidades,
Extravasado pela volatilidade de suas próprias opiniões
Eu insulto o burguês-crédito! O burguês-inadiplência,
Que em seu berço esplêndido hiberna
Em sua cinética desvairada...
O cosmopolita desvairado, dessa cidade simulada.

Eu insulto o burguês-excremento! O homem-casca-imagem...
O burguês-parasita! O burguês-fago!
Esse ser escatológico e predador de sua própria perspectiva.
Eu insulto o burguês-tudo-nada.
O burguês-macho! O burguês-fêmea! O burguês-cristal!
O burguês-eu...
Eu insulto... eu insulto... eu insulto!!!


   
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Volume 113 - Junho de 2014