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Adalberto Paulo Nascimento da Silva
Belford Roxo / RJ

 

Ao amigo "Boi velho"

Lembra-te quando estendeu a mão,
Aquele menino que dormia no banco daquela praça?
Talvez você não imaginasse que ele seria seu eterno devedor
E admirador.

Anos se passaram...
Rios correram...
E a distancia física tornou-se um muro intransponível entre nós dois,
Todavia, aqui dentro no âmago do peito, ainda te sinto como antes.

Ainda é-me abrasador o toque de tuas mãos.
A aspereza de tua barba não sai de minhas lembranças.

Você foi um pai para mim,
Antes de ter sido um amigo e um irmão...

Imagino hoje como deves estar,
Se já te cresceram alguns fios de cabelos brancos,
Se ainda te assentas a jogar cartas com os amigos,
Ou se ainda perambulas pelas ruas atrás de quem possa ser ajudado.

Obrigado, é um adjetivo ínfimo,
Diante de tua tal nobreza.

Sinto que eu irei terminar estas linhas sem ter uma palavra
Para expressar minha gratidão, meu apreço e o meu amor por ti.

Agora vai, te assenta à mesa com os amigos a jogar cartas...
Enquanto teço estes pequenos versos,
Que falam de ternura, amizade e saudade...

Eu serei o eterno menino no banco da praça,
E você a eterna mão estendida.

   
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Volume 113 - Junho de 2014