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Carlos Marcos Faustino
Tupã / SP

 

Melancolia


Ai! Os fados que nas noites canto,
Vão sendo espalhados ao longo do oceano,
Enquanto ao sabor do vento as ondas dançam,
E à lua tecem juras os que amam;
Ai! Da minha terra todos os encantos,
Enchem minha alma de tristeza, de alegria,
Como eram docem, meu Deus, aqueles dias.

Ai! Como já dói no peito a saudade,
Minha aldeia toda enfeitada de flores,
Depois das colinas, repleta de amores,
Minha casa, recanto de felicidades,
Meus anos todos de meninice,
Pastorear as ovelhas e as cabras,
Depois crescer, arrumar as malas,
Sem nem mesmo ter barba na cara,
Verter um cálice de lágrimas e de ais,
E ver cada vez mais distante o cais.

Meus pais, num último aceno estampado,
Dois brancos lenços, apenas dois alvos pontos,
Como duas gaivotas perdidas no horizonte,
Descem gotas em meu rosto que a brisa espalha,
E a emoção que chega embarga a minha voz, que falha,
E tudo o que consigo sentir nesse instante,
São coisas que o mar me assovia, Melancolia.



   
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Volume 113 - Junho de 2014