Carlos Eugênio Sombra Moreira
Russas / CE

A última música

A melodia que ressoa no sopro do flautista
Fala de amor, de rosas, dos sonhos e de ventura
São versos que acolchoam as palavras e aduz esperança
Desejo ardente que faz pulsar a alma com fervor
Sinfonia que aflora do âmago num ato de paixão e loucura
Uma história de vida, um exemplo de amor.

Retrata um amor que tomou conta do meu ser
E perdurou por toda existência
Sonho dourado, azul, amarelo, cor de rosa
Amor que dilui... que amarra... mas faz pulsar o coração
Em um inusitado instante de sublime prazer
Toa à melodia que fala dessa insigne paixão.

A última canção desse amor ficou sufocada no desejo
No coração do músico isolado no alto da colina
Despertando os anseios aprisionados na alma
Já as rosas que testemunharam o nascimento desse amor
Brilharam, exibiram suas pétalas ao céu, ao mar, ao vento
E ficaram esquecidas nas marcas do dessabor.

Os anelos se perderam no canto de lamento
Em cada momento que se esperava um novo porvir
Mas há de vim, uma nova ventura
E num ato de suprema submissão
Render-me-ei a essa novo amor
A uma nova canção
Como o crepúsculo rende-se ao sol
E as nuvens, que se entregam o sopro do vento.