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Beto Acioli
Recife / PE

 

Produto de nós

É duro o jogo, deveras irresoluto
É a nossa crua e nua realidade,
Frias e vãs lidas... Lutas sem sociais bandeiras.
E no sólio, o clã... E a fome no pódio
louros aos subalternos...
Aos montes, expostos, seres desgovernados,
sem eira nem beira nesse plano torto
à espera de um deus morto nesse escaldante inferno.

É a humanidade seguindo adiante, rumo ao caos...
E ao mundo, que abandonado, é inevitável o fatal.
É o que espelha do egoísmo e se apresenta
a um palmo das nossas caras,
e eis as suas conseqüências:
Desastres por todos os lados,
são quilométricas filas de indigentes
nas praças, ruas, becos e calçadas.
São mãos estendidas, almas oprimidas,
gente deprimida pela vida em ócio,
pelo inverso, pela delinquência e pelos vícios...

Formamos os covis de covardes que geram farrapos,
somos pontos imersos nessa decadência,
criamos a viva miséria e a vida em falência,
sem faces, sem vértices, sem arestas.
E eis o bruto produto da desigualdade...
Somos os olhos cegos à luz da crueza
Somos o seco da alma,
verdadeiros pobres, somos os miseráveis.
Sociais peçonhas, somos escorpiões entre víboras e cobras;
Somos o que sobra da existência sem a mínima valia;
Somos insensíveis aos males gerados pela nossa própria obra;
Somos responsáveis e irresponsáveis por nossas escolhas;
Algozes e vítimas das nossas próprias crias.

 

   
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Volume 115 - Agosto de 2014