Rubercil da Silva Ribeiro
Volta Redonda / RJ

Devaneios

Às vezes o pego absorto
Em solitários e distantes pensares
Intensos momentos há muito vividos
Que inevitavelmente o faz chorar

Não sei se de saudade ou carência
Silenciosos ecos de lúdicos tempos
Insistentes sons que dobram em gritos de agonia
Numa alma insaciavelmente inquieta

Então, deixa-se levar por quimeras irreais
Nas asas de um coração doidivanas
Desprovido de limites e sensatez
Que lhe perturba o sono lhe roubando a paz

Ah! Quem dera fosse o hoje um sonho.
E o sonho uma metáfora de imensas possibilidades
A serem plenamente vividas
Sem chão, sem afogo, sem fim, sem lógica.

Mas o poeta é assim.
Como compreendê-lo?
Em permanente ebulição
Vive transformando a agonia da dor
Num momento ímpar de prazer.