Neusa Bridon dos Santos Garcia
Gaspar / SC

Doce carroceiro

Estrada de terra, poeira demais
ao longe nada se via...
poeira e vento
subiam aos céus feito furacão.
Um vulto é visto
a princípio... irreconhecível...
a poeira se dissipa e eis que
aparece devagar... o "doce carroceiro"!
Na boleia, franzino homem,
chapéu de palha, sem nome,
nas mãos calejadas, enorme chicote
direciona seu cavalo cansado!
Lá vem a carroça com as canas-de-açúcar
decepadas, empilhadas, amarradas,
nossa espera infantil...seria recompensada?
Gritávamos até em dó maior:
- homem... me dá uma cana?
"aquela" cana açucarada
voava sobre nossas cabeças...
Espera recompensada!
Descascada, cortada em gomos,
era verdadeiramente
o "néctar dos deuses" ...