Neri França Fornari Bocchese
Pato Branco / PR

Valores do tempo

Ontem, era tudo calmamente,
Nada tinha pressa.
Relógio? O próprio Sol.
A vida embalada ao som da cascata,
Os afazeres, o ciclo do tempo,
Uma tarefa, para cada instante.
Aos poucos a pressa se instala,
A adolescência se faz precoce,
Ainda de fraldas, vão para a escola,
O relógio se fez controle.
Não se deve, perder tempo,
Quanto antes, alfabetizar,
Obrigações, mais obrigações.
Nada de devaneio, crescer rápido,
Bem depressa, ser adulto.
Perdeu-se o encanto da meninice,
Repleta de encargos o tempo da juventude.
No namoro, já é para ficar,
O vestibular, no primeiro passar.
Quanto antes, o trabalho,
Não se deve, perder tempo.

Ser adulto, sem ter sido moço.
Lutar contra a depressão,
Logo ser sessentão.
Então, curtir com sabedoria
Da vida, as experiências.
Agora, sim, descansar, viajar, namorar. . .
Na calmaria, esperar a vida passar
E, finalmente ser feliz, ter um tempo seu,
Se ainda for possível, com determinação.