Aliomar Costa
São Paulo / SP

Coração em desordem

Ninguém em mim manda,
E você não vai ser a primeira,
Comigo seu orgulho só desanda,
Pode guardar a sua peixeira.

Quem é você pra me dar ordem?
O que devo ou não devo fazer,
Se o seu coração é uma desordem
Meus pêsames e muito desprazer.

Se você de mim tem implicância,
Por eu ser deste jeito, rejeito:
Abra no seu coração uma sindicância
Me processe por eu ser cheio de defeitos.

É bom mesmo nem me olhar
Com esta cara de cobra mal-educada
Pois para o veneno que você quer despejar
Minha alma já está vacinada.

Por isso é perda de tempo,
Seu inútil discurso de rejeitada
Pra mim você foi um simples vento
Em mim você não manda nada.