Susete da Rosa Pereira dos Santos
Torres / RS

Poema sem título

Inquieta, minha alma perambula
por entre as memórias que insistem em se manter intactas,
alma que já fui, memórias de quem eu era...
Nem mesmo sou folha ao vento,
e outrora, fui primavera...

Sonhos eloquentes que permanecem imóveis,
resfolegando entre a fumaça que emana
das brasas que querem dizimá-los,
ao menos, um dia (eu acho), foram sonhos,
hoje doem como calos.

Desejos condenados à prisão perpétua,
a morte soaria mais sensata!
Porque em meio ao delírio colérico e febril,
a prisão apenas castiga...
a morte, essa sim, arrebata.