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Romilton Batista de Oliveira
Itabuna / BA

 

Um habitável "entre-lugar"

Desgraça desgraçada, fúria furiosa
Planta envenenada, ideias contaminadas
Torturas elaboradas, mãos empoderadas
Derramadora de um só discurso
Cacos de podres poderes
Entregues em mãos de podres homens insanos
Falsos democratas, demolidores da cultura de outrem
Almejando mais poderes, arrastando multidões
Para o campo de extermínio de contrárias idealizações
Querem fazer de nossa terra mãe plural
Um ninho de corroídas ideias
Ameaçando a democracia
A voz, o sentido, a representação
O sonho, a minha individualização.
Mas como sou poeta, palavra e razão
Sinto em mim um rio que se irrita com as águas sujas
Deste marasmo mar de corrupção
Sinto em mim o ar que quer se movimentar como vento livre
Ventania que exige um “entre-lugar”
Onde todas as vozes possam estar vivas,
Presentemente representadas por seus pares e ímpares
Todos num mesmo lugar onde o hibridismo
E o abraço de ideias convergentes
Possam habitar o mesmo chão.
Porque de mãos dadas, sem confusões,
Sem demolições, sem demonializações
Haverá entrada para a democracia, a cidadania e a liberdade
De dizer de todos os cantos os vários cânticos,
Sem desrespeitar outros cânticos.

 


   
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Volume 119 - Dezembro de 2014