Eduardo Luiz Silveira
Itapevi / SP

Primavera sem flores

O que começou com ímpeto de transformação
Consolidou-se como conflito devastador.
O despotismo outrora soberano, ameaçado
E o clamor indignado violentamente sufocado.
A luta inglória não se dá por vencida
E não se curva ao poder tirano e opressor.
O mundo viu a autoflagelação do militante tunisiano,
A rajada de fogo rebelde em solo sírio,
A derrocada do líder paranóico líbio,
A multidão em Tahrir, reduto árabe.
Mas o sangue derramado até agora se fez em vão.
Milhares de mortos, refugiados, nações destruídas,
O que parecia sinal de novos tempos de liberdade
Mais parece o sinal do fim dos tempos.
Uma primavera sem flores, sem alegria,
Armada e dolorosa, cruel e intolerante.
O impasse não resolvido, a incerteza do futuro,
O caos e a barbárie que parece não ter fim...