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Carlos Eugênio Sombra Moreira
Russas / CE

 

O mar em soluços

Na última palma das palmeiras
De uma madrugada fria e silenciosa
O vento impetuoso sopra furiosamente
E as colinas vermelhas e a verde laguna
Entram em aviltamento
Enquanto o mar revolto soluça.

Seu desencanto causa lamúria
Consequência da ignorância humana
Que agrediram a essência da natureza
E tudo aquilo que era símbolo de beleza
Tornou-se flagelo, degredo, aberração
E quem um dia se tornou canção
Agora passa para as páginas policiais.

A face da morte torna-se cenário
De um lendário filme de ficção
Baseados em fatos reais
Tudo isso porque os seres que se dizem racionais
Agrediram demasiadamente a maior obra da Criação.

O mar soluça fugazmente
Suas ondas alcançam as mais altas arquiteturas
Envolto a cantos de horror
E o que era belo? Torna-se rastro de amargura
Sonhos imersos em lágrimas... Uma triste desolação
Lamúria encoberta de espumas
Apavorando os olhos apáticos da multidão
Enquanto o mar soluça em plumas.

 

 


   
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Volume 124 - Maio de 2015