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Daniel Alves Marques
Itaparica / BA

 

Versos rubros

 

Estou doente,
Alguma coisa aguda
Que me tirou o ânimo,
Um mal-estar inquietante
Que roubou horas do meu dia.

Sem perceber eu vegetei,
Ao perceber não havia mais dia
Apenas uma paz,
A que antecede o crepúsculo,
Com vento fresco, sombras
E pássaros nos últimos cantos do dia.

Eu, enfermo e pensativo
Observo da janela a vida que segue,
Tudo está normal na tarde de outono
Mas este poeta que pensa em não mais existir
Logo desiste dessa loucura.

- Por que partir numa tarde de outono,
Se as tardes de outono têm que ser vividas?

E a poesia sem essa estação
Ficaria órfã dos crepúsculos mornos.

Estou doente mas sou poeta,
E versos são escritos
Até mesmo com o rubro da vida.

   
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Volume 126 - Julho de 2015