Primeira vez neste site? Então
[clique aqui]
para conhecer um pouco da CBJE
Antologias: atendimento@camarabrasileira.com
Produção de livros: cbje@globo.com
Contato por telefone
Antologias:
(21) 3393 2163
Produção de livros:
(21) 3547 2163
(21) 3186 7547

Luiz Eduardo Martins de Oliveira
Rio de Janeiro / RJ

 

O ouro bauxita

Quando a ignorância, pobre e infeliz, prevalece
e mostra-se-lhe o brilhante a luzir, de dezoito quilates,
ainda que provado no fogo, e tudo lhe desse,
fará da riqueza o maior de todos os disparates.

Mesmo que lhe assole a fome – a grande maldita –
apetecem-se os olhos de infinda ganância.
Todo ouro do mundo ser-lhe-á tão só bauxita,
a lama que ama as trevas dos olhos ao sentir importância.

O ouro é condimento que requer manuseio
enquanto a bauxita é lama, ou ao porco farelo,
e os olhos da ignorância não vão além do chinelo.

Com toda fortuna e por maior seja o anseio
não vendo com olhos de gente – com fé e ciência –
o ouro é pura bauxita e a fome é incompetência.

 

 

   
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Volume 127 - Agosto de 2015