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Antonia Roberta Leite de Oliveira
Capanema / PA

 

Puro amor

Amor semente plantada no útero da mãe terra fértil irrigada
Fruto da paz desapego do ego
De cor vermelha aroma suave e sabor doce
O doce mais perfeito
Já degustado pelos humanos
Amor salgado e adocicado
Quem nos dá com uma mão
E nos retira com a outra
E eu deixando as duas estendidas
Amor que nunca machuca
Bate e não doí
Saudade eterna em meu peito
Sufoca mas não mata
Aperta o coração se não chega na hora marcada
Amor criança que vejo crescer os cachos e os passos
Tamanho e sabedoria ao longo do tempo te acompanham
Como companheiros que se fazem melodia
Inseparáveis da letra da mais bela canção
O amor que ainda me prende
Nesse limitado espaço corpóreo
Quero ser livre para vagar na imensidão do tempo
Quero enxergar além da razão humana
E ainda ser sã para continuar amando
Quero entender a capacidade alheia
De condenar defeitos e ainda assim perdoar
Quero ter a ansiedade momentânea
De perceber o teu olhar suplicante
E ainda assim não ceder a tua vontade
Mas não sou vencedora de tanta pureza
Amor quero cuidar sempre dos seus sonhos
Para que eles cresçam amadureçam e deem bons frutos.

 

   
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Volume 127 - Agosto de 2015