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Samuel Alencar da Silva
Capanema / PA

 

Ao lírio gracioso

Eu sei que sou um sujeito inexistente; mas,
Num período composto por subordinação
Você é minha oração principal
E eu sou a oração subordinada
Que às vezes é transformada num substantivo comum,
Ou reduzida apenas de um gerúndio, particípio ou infinitivo.
Num período composto por coordenação
Você é minha conjunção alternativa
Que me liga a uma oração independente.
No nosso predicado Verbo-Nominal,
Você é o objeto que tem todos os predicativos
E não existe predicativo do sujeito
Sendo eu o sujeito dessa oração.
Você é a minha prosopopéia
Que também pode ser chamada de personificação,
Sou polissíndeto, eu sei,
Mas prefiro ser assíndeto.
Sem metáfora e sem hipérbole
Na nossa relação regência verbal,
Você é o termo regente, e eu sou um termo regido,
Apenas um objeto qualquer (direto ou indireto),
Na relação, relação regência nominal,
Você é o complemento do meu nome carente.
Quando eu sou verbo, sempre sou transitivo direto,
Precisando de preposição me ligando a alguém,
Não posso lhe ensinar o verbo AMAR
Pois os gramáticos dizem:
Que ele é transitivo DIRETO – sem preposição –
Mas o meu amor é transitivo INDIRETO
Sempre precisando de você ( regido de preposição )
Quando você é oração subordinada substantiva
Sempre funciona como subjetiva, visto que,
Eu como oração principal, não tenho sujeito.
( Ex. É necessário que você continue. )
As conjunções coordenadas conclusivas me fazem concluir.
Logo, portanto, todavia, não existo sem você...
Aí¸ eu sou um sujeito oculto.

 

   
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Volume 127 - Agosto de 2015