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Tiago Paradiso de Oliveira Real
São Paulo / SP

 

Acordes

Quando nascemos, diante de nós, temos um grande piano.
Sentamos em frente a ele, ao certo, sem sabermos o que representa.
Com o tempo, aprendemos as lições iniciais; talvez não as mais fáceis...
E, com certa dificuldade, passamos a redigir a nossa própria partitura.

Ao tocarmos... Notas...
Com a mão esquerda, entoamos os sons mais graves;
os suaves agudos, com a delicada dedilhada da direita.

Livre a pensar, atrevo-me:
os sons graves poderiam representar nossos erros; os agudos, acertos.
Timbres graves e agudos, quando ressoados,
dão origem aos acordes, ainda que dissonantes.

Erros e acertos, de nossa existência,
resultam em experiências ímpares, ainda que frustradas.
Uma música, sem acordes, é pobre em harmonia.
Uma vida, sem experiências, é vazia.

Nem sempre, estamos preparados para os novos compassos da música;
nossos desafios diários.
Amadurecemos, por isso, em momentos distintos.
Eis o curso natural da jornada.

De fato, importa-nos o sentimento de seguir em frente.
De extrair mais uma nota do instrumento, do piano, mesmo que seja a última.
E, finalmente, compor a melodia da vida.

   
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Volume 127 - Agosto de 2015