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Helen de Rose
Sorocaba / SP

 

No fio da navalha

 

Sangue escorre pelo chão da sua casa
saem por todos os lados do seu corpo
Sua cabeça está prestes a explodir
sobre sua consciência assassinada
pela sua bala perdida encontrada
dentro da cegueira do seu olho esquerdo
(Pois quem atira pro céu, na cara lhe cai)
Seus dedos estão mutilados um a um
pelas sobras das suas mãos
que roubam o bem que lhe fizeram
deixando os resquícios da sua ingratidão
(Pois a ação e reação também possuem mãos)
Seu pescoço está degolado pelo fio da navalha
atravessado na sua garganta destruída
pelas suas mentiras dilaceradas
tecidas nas teias de sua dissimulação
(Pois com o tempo as máscaras caem)
Sua língua está arrancada pela força
das suas sombras negras da maldição
pelas pragas que sua voz profetizou
nas palavras que o vento levou
(Pois não há freio que segure uma língua sem osso)
Seu coração está saindo pelo peito
prestes a matar a sua dor visceral
Em segundos, pede pra morrer: 
-Tire-me a vida agora!
-Não suporto mais essa dor!
Mas, arraste-se... Mas, ajoelhe-se... 
Humilhe-se para a morte
Porque, talvez, nem ela queira você!https://ssl.gstatic.com/ui/v1/icons/mail/images/cleardot.gif

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Volume 128 - Setembro de 2015