Ninguém ouvirá teu choro de lamentação,
Desamparada no mundo como alma penada a vagar...
Na estrada da Gólgota tens por companhia tua Cruz e a Solidão,
“Fiat Lux”! Em devaneio, estás tu, no Perpétuo Umbral a clamar.

Queda-te de joelhos prostrada em oração... É inútil!
Foste tu que desvelaras o próprio mal,
Só o que vejo é a ave negra sobrevoando o horizonte,
Os mais belos sonhos que um dia sonhei estão sepultados em teu coração.

Como a pureza duma criança, era bela a alvura, Tu’alvura,   
Céus e Terra e ninguém entre eles testemunham tamanho pesar,
Na face murcha e seca, outrora dum anjo, resplandece amargura.

E assim serão teus tristes dias a vagar, sem rumo, sem sorrir,
Uma mão está estendida para a Suprema Criação.
A outra?! Nada pode fazer... a Clavícula de Deus está quebrada, apenas e tão apenas para ti.