Silvia Maria Scabin Pereira
São Paulo / SP

Olhos como espelho

Meus olhos dizem coisas que a boca desmente.
São olhos que revelam não conceitos da mente,
Tampouco estampam minh'alma e então...
Muito menos sinalizam minha lógica e razão:
Os meus olhos caminham pareados ao peito!

Quando observas meus maneirismos e jeitos,
acareando-me, num porte de sentimento não aceito,
não obstante, ouças de meus lábios duras idéias, só minhas,
estes mesmos olhos mal escondem as entrelinhas
e, de um modo direto, revelam a ti meus segredos.

Ah, são olhares que te ofereço entretidos
e sofrem mais do que diante de sonhos perdidos,
anseiam de teus lábios doces beijos, conquistar-te o coração!
Anelam por te ouvir em sussurros, sentir-te em carinhos,
idealizam histórias de amor além do desejo, verdadeiro.

Mas estes olhos andam, por ora, entristecidos.
Sabem que tudo o que buscam em ti é impossível,
seja carinho, seja sussurro, afeto e beijo ou o que for.
Meu olhar canta a poesia da fugacidade e da dor
por tudo o que tem procurado, num universo proibido.