Maria do Carmo Marques Ramos
Tatuí / SP

Meu sol divino

Na noite, pelos descampados,
Soam canções,
Como apaixonados
E alegres corações.

Tudo adormece
Em harmonia.
A lua aparece
E a tudo espia.

A voz sonolenta do vento
Agita as folhas com brandura.
A cascata, feliz com o alento,
Derrama sua água pura.

É um som doce,
Um carinhoso gemido,
Igual um coração fosse
De amor consumido.

Riscos de luz enfeitam a alma
E vão abrindo um mar de alegria.
Do peito, extravasam suspiros. A calma
Recende e o ser alumia.

São teus olhos macios, instigantes,
Meu terno desatino.
Brilham tão cativantes
Na noite, meu sol divino!