Alberto Magno Ribeiro Montes
Belo Horizonte / MG

Memórias sertanejas

Onde já te vi, meu doce leite ao pé da vaca?
Onde já te senti, meu sertão que virou lata?
Certas coisas só encontram explicação
Em minha memória genética
Carrancas, que atraem os espíritos dos infiéis.

Cavalos..fogão a lenha…cheiro de fubá
Tudo vejo agora na paisagem de minh’alma.
Os espíritos estão sempre presentes
Desde o da água, o mais poderoso
Até o suave, das asas do beija-flor.

Oh, sertão querido
Onde a inspiração divina é mais fértil!
Teus caminhos não sabem aonde vão dar…
Cada passo que dou, é uma viagem surpresa
Encontro coisas, sem procurá-las.

E fico aqui exilado, na cidade onde nasci e me criei
A sentir a doce nostalgia de um lugar passado
Mas aonde vou todo amanhecer
No trem caipira, que as inconfidências maneiras conduzem…