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Larissa Nascimento Sátiro
Arapiraca / AL

 

Tomara

 

A minha janela dá sempre para um mar de violência saudosa.
De vez em quando ela me alveja com tiros de alvorada
Mas eu sempre ressuscito.
Tem sido assim...
Fora dos padrões
Em meio aos borrões subscritos
Às minhas meias cartas não escritas.
Até quando meu não colete à prova de provações?
Até quando meu não resistir às torturas
Do enfado, da miséria, do muito que fazer...
Até quando o ouvir dos fados na voz doce do algoz?
Até quando tudo isso resistir há aos arremessos?
“Nunca se sabe”, alguém me disse.
Nunca é demais
Pra esse voraz sonho de inverno
Que nunca passa, parece eterno
Que nunca vem, parece infinito
Que não sei nem o quanto é belo
Quanto é perdido ou solitário.
Peixe no aquário
A água doce
O manjar doce
O dia amargo...
Tomara Deus, tomara, tomara mesmo
Que isso tudo nunca passe
E nunca venha...

 

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Volume 141 - Outubro de 2016