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Neri França Fornari Bocchese
Pato Branco / PR

 

Enamorados, saibam ser felizes!

Cheia de Graça, pareces um raio de luz, és a obra prima do Criador, não foi em vão que Ele a fez só depois do homem. Podendo assim dar uns retoques especiais, por um pouco mais de brilho no olhar. Nas formas, então um requinte caprichado. Sabia o que estava fazendo.

Com certeza um momento supremo, aflorou o feminino de Deus. O êxtase da criação. Um momento mágico, com um sorriso de satisfação, o Senhor determinou que seu filho Jesus, nasceria de uma mulher.
“O homem deixará pai e mãe e se unirá a sua mulher e os dois serão uma só carne”.Gn 2, 24. Só o amor poderá exigir que uma pessoa deixe a sua paz, a sua tranqüilidade, a liberdade de fazer o que quer, na hora que bem entender para compor uma sociedade, onde dois, isto apenas no início, terão que dividir tudo até o lençol, sem contar os ruídos noturnos.
Esse amor que hoje está em efervescência, precisa recomeçar todos os dias, necessita ser alimentado, ser compreendido. É uma amor de uma criatura para com à outra criatura. Com tudo o que o ser, encara de padrão de beleza, dos erros, de momentos de alegrias, de sofrimentos os quais fazem parte de qualquer vida à dois. Não esquecendo, dos muitos êxitos conquistados, ainda lamentáveis fracassos que ocorrerão.
O conhecimento do próprio amor, do papel de cada um, o que vai desempenhar seus valores, ampliando na medida em que a pessoa cresce. Pode-se afirmar, a maneira de amar é um critério da evolução pessoal e, da própria humanidade. Sem esquecer “dizes-me com quem andas, direi quem és”. Valem muito para os laços de amor, que unem dois seres em plenitude.
O amor tem a sua origem na unidade essencial do Criador. Pois o próprio Deus é amor, como é Vida, energia, a essência ao materializar as criaturas. Toda a existência, toda a manifestação de amor, Dele é que procedem.
É sempre um motivo maravilhoso a união de dois jovens. Ao louvar a Deus que em um ato de coragem, de extremo amor criou o universo plasmado assim, no seu jeito de amar. Amar é tão sublime que se tornou Sacramento. Não foi por acaso que o primeiro milagre, foi nas Bodas de Caná, marcando o início da vida pública de Jesus. Um momento festivo, a alegria fazia ser o próprio encontro, o vinho não podia faltar. O mesmo vinho que nos dias de hoje, está presente na Eucaristia, para não deixar a humanidade órfã. E, lá na Galiléia, em um casamento, numa Igreja doméstica, o amor de um Deus se manifestou. Atendeu o pedido de uma mulher.
O amor nada dá senão a si próprio e, nada recebe senão de si mesmo. Pois da mesma forma que o amor nos proporciona a coroa de louros, assim também ele nos crucifica, com a mesma coroa, só que tecida com espinhos. O amor é um paradoxo, da mesma forma que contribui para o crescimento, trabalha, precisa passar pela poda. Da mesma forma que alcança as alturas, acaricia os ramos mais tenros, embalados ao sabor do vento, tendo as caricias da luz do Sol, assim também desce até as raízes, as sacode no seu apego à terra, ao chão.
O amor não é eterno, por si só ele não subsiste as intempéries da vida. Precisa nascer todos os dias, ser amado. O amor precisa se olhar, se espelhar nos olhos do bem amado, da amada, aí encontrar guarida, um no outro.
O encantamento é o grande segredo da vida a dois, é preciso sentir sempre, mesmo com o passar dos dias a necessidade de estarem juntos um do outro, de sentir prazer na vida a dois. Nas mínimas tarefas cotidianas, sentir a alegria de vencer uma maratona. Conseguir vislumbrar um castelo, em uma gota d’água. Uma tarefa árdua, não é fácil ver, ainda sentir encantamento nas compras do Supermercado. Ser capaz, depois de 20 anos, ajuntar a toalha do chão, ainda acreditar, que um dia, ela será colocada, no devido lugar.
O amor não possui, não se deixa possuir, não é a propriedade de um apenas. Pois o amor basta a si mesmo. Quando um ama, não diga: “Deus está no coração”, mas sim diga antes: “eu estou no coração de Deus”. Assim sinto o elevo do amor Divino para depois sim, sentir a ternura do amor humano.
Não imagines que possas direcionar o curso do amor, pois é o amor que determinará por si só, o próprio caminho a ser seguido. O amor não tem outro desejo senão o de atingir a plenitude e vivê-la até a exaustão.
Contudo amar é ter desejos, aos enamorados cabe possibilitar que se tornem reais, renovados cada dia e todo o dia.
Para isso é preciso:
Se diluir no amor, ser como um riacho, que canta sua melodia, mesmo para a noite, envolta em trevas profundas.
De conhecer a dor, de sentir ao mesmo tempo a doçura do calor humano a qual sabe afagar, segurar a mão dolorida.
De descansar ao meio-dia, conseguir mesmo exausto, ainda meditar sobre o êxtase do amor, dar glória s por ele existir.
De voltar para casa à noite, sentir gratidão por ter um lar, o qual abriga alguém, personificando o amor, ramificado em outros rebentos.
Ainda de adormecer com uma prece no coração para o ser amado, nos lábios uma canção de bem-aventurança a todo enamorado.
Feliz o homem, feliz a mulher capazes de entender a verdadeira relação entre as emoções do amor, do sensual, do romance, estremecerem-se ao se aproximarem um do outro. Para o casal enlaçado por este triunvirato sagrado, nenhuma tarefa é pesada demais, pois até os mínimos esforços se transformam em jugos amorosos.
Amai-vos uns aos outros, mas não façais do amor um grilhão que aprisiona. Que haja antes um amar entre as praias banhadas pelo vai-vem das ondas, no balanço das almas.
Enchei a taça um do outro, mas não bebeis da mesma taça. Daí de vosso pão um ao outro, mas não comei do mesmo pedaço. Cantai, dançai juntos, sejam alegres, mas também saibam ficar sozinhos. Assim como as cordas da lira mesmo sendo separadas, no entanto vibra na mesma harmonia.
Daí os corações, mas não confie a guarda um ao outro, pois somente a mão da vida pode conter cada coração.
Viveis juntos, mas não vos aconchegueis em demasia, pois as colunas do templo erguem-se separadamente. Na floresta o carvalho, assim como o cipreste crescem, a sombra um do outro.
Amar é estar junto com o outro e, não ser o outro. É criar laços, somar-se a ele ou a ela. Ser um elo sem ser do mesmo metal.
É estar apaixonado, olhar através da pessoa, com isso prendê-la amorosamente sem que seja prisioneira de qualquer ação.
Amar é dar valor a individualidade de cada um,
É enxergar o mundo em um grão de areia,
Os céus em uma flor agreste,
Segurar o infinito na palma da mão,
É a eternidade em uma hora. (Dlake)
É embriagar-se na convivência do outro. É sentir uma paixão que não se perde nas voltas de cada dia, mas que se transforma em tempo sem perder o calor inebriante,revigora cada momento como se fosse o primeiro, fosse o único!
Que todos os enamorados, saibam ser felizes!

 

 

   
Publicado no livro "Os mais belos Contos de Amor" - Edição Especial - Outubro de 2014