André Luiz de Oliveira Pinheiro
Rio de Janeiro / RJ

Perfumosa primavera

Agiganta-se na aurora o dia
Alegria em todo amanhecer
Sem temer aquilo que perdia
Céu cedia ao próprio entardecer...

Era crer... Na alvorada eu cria
E seguia o vento a envolver
O entrever que o verde coloria
Renasciam as flores pra te ver...

No calor de um mistério vindo
Esvaindo-se a treva leva
O que a Eva tem no ventre lindo
E sorrindo lembro o que me eleva...

Num azul, num amarelo ou branco
Eu arranco teu grená da boca
Nem me touca teu mistério franco
E eu canto a canção mais louca...

Melodia transloucada e linda
Que me guinda aos cimos do universo
Lá eu peço ao Deus do amor: me brida!
Com a finda angústia, a ti uns versos...

Versos cheios do amor mais puro
Meu escuro lírico e profeta
Com a meta agora no futuro
Pois, eu juro simples sou poeta...

E agora eu terminando a prosa
Na formosa flor que vem da terra
Não há guerra entre o espinho e a rosa
Perfumosa é a nossa primavera...