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Romilton Batista de Oliveira
Itabuna / BA

 

Mundo civilizado

Conheci de minha janela estragada
A multidão de seres pensantes
Cada um com o seu voo distante
Cada um agindo conforme suas argumentações
Cada um defendendo com defeito de fabricação sua vaga ideia de chão
Cada um instrumentalizado com uma amedrontada música sem razão
Cada um com a sua marca de imperfeição
Cada um com o seu jeito de ser desigual fingindo ser igual
Cada um segurando seu caixão com a palma de sua ingratidão
Cada um em seu canto, grudado aos seus encantos,
Abraçados aos seus enganos
Cada um cantando sua isolada canção
Recebendo de montão ideias de arrastão
Desmontando suas casas tão sólidas
Na busca de uma nova emoção
Cada um se estragando de acordo com a sua individuação
Buscando na singularidade seu desvio de cavaleiro marginal
Cada um dormindo em seu abandonado lar de enfeites gentis
Cada um dentro de seu barco a navegar o extenso mar de sonhos a se realizar
Cada um vivendo em seu tempo e espaço partido
Sem compromisso com a beleza que faz do mundo
Um lugar que sempre cabe mais um...
Mais um a navegar no mundo de águas desiguais
Mundo que só será salvo quando os homens descobrirem
Que só a poesia pode nos fazer seres “civilizados”
Pois só a poesia revela o verdadeiro sentido de viver
E ser completa ou incompletamente feliz.

(Homenagem à professora Edilene Matos, doutora pertencente ao Programa de Pós-graduação em Cultura e Sociedade, da Universidade Federal da Bahia – UFBA)


   
Poema publicado na Antologia "Brasilidades - Vol.9" - Junho de 2014