Juliano
Paz Dornelles
Porto Alegre / RS
Comunhão total - Entre o
Céu e a Terra
O Guerreiro resolveu consultar o Caboclo a fim de saber o que
estava acontecendo. Sabia estar no caminho certo na grande maioria
do tempo. Mas em alguns momentos, algo lhe chamava ao passado.
Contudo, a missão assumida pelo guerreiro consiste em ir
pra frente. Em direção ao futuro o qual idealiza.
Construindo a realidade como seus ancestrais Mestres Construtores
fazem desde sempre.
Tomando um café, em uma manhã de segunda-feira,
conversavam com os espíritos da terra. O Caboclo contou
ao Guerreiro que sua determinação incomodava algumas
pessoas próximas. Principalmente no ambiente profissional.
Alguém queria derrubá-lo. Forças Wiccas orando
a um 'Santo Católico Humano Marrom'.
Apesar desta surpresa, o Guerreiro e o Caboclo, ao chamarem tais
entidades à conversa, descobriram que, no fundo, ambas
se mostravam apreensivas. E assumiriam o compromisso de lutar
ao lado do Guerreiro. Sendo que o tal 'Santo Marrom' se encontrou
'Branco' no próprio Guerreiro. Conforme revelou o Caboclo.
Mas o que havia acontecido. Perguntou o Guerreiro. Há mais
ou menos dez anos, na passagem do Guerreiro pela Guerra, em uma
experiência como General Cavaleiro de Cristo, as mesmas
pessoas se sentiam incomodadas. Não entendiam porque o
'Menino' se encontrava 'Montado sobre si Mesmo', como 'Guerreiro,
Cavalo e Cavaleiro Branco' ao mesmo tempo. E que naquela ocasião
também tentaram derrubá-lo. Contudo, o Guerreiro
permanece em pé até hoje.
O relato do Caboclo fez lembrar uma passagem de um longo tempo
pelo inferno. Na qual o guerreiro, ao esvaziar-se e desdobrar-se
em vários entes, teve de levantar o cavalo nas costas para
se tornar um novamente. Fazendo algo semelhante com os demônios
e espíritos infernais que o perseguiam. Tratando-os e ajudando-os
a se tornarem espíritos de luz.
A tentativa de levar-lhe foi feita da seguinte maneira. Mostraram-se
alguns espíritos do lado externo. Imitando as entidades
que foram vistas com o Guerreiro. Pretos, Exús, Cavalos
e outros entes. A tentativa do inimigo era que o Guerreiro confundisse
tais entidades externas com as quais têm em si mesmo. Uma
tentativa de aquisição dos mesmos espíritos
ao negar o Guerreiro.
O fato é que, naquela ocasião, em uma cerimônia
real e imaginária ao mesmo tempo, o guerreiro havia se
esvaziado por completo. Os entes com os quais trabalha, permaneceram
guardados de forma oculta no subconsciente. Apesar disso, o guerreiro
teve sérios problemas relacionados à fé.
O que lhe fez passar por dificuldades e ter problemas no mundo
dos relacionamentos. Familiares, amistosos e profissionais.
Sabendo deste detalhe, após uma segunda tentativa do mesmo
tipo, o Guerreiro, ao desmontar o trabalho, descobriu que seus
verdadeiros entes permanecem em si mesmo (no próprio ser
Guerreiro). E que, aqueles os quais se presentam no mundo exterior,
desejam, de fato, juntar-se ao Guerreiro.
Desta forma, o Guerreiro formalizou o convite aos entes no testemunho
do Caboclo: 'Vocês estão convidados a juntar-se a
nós para que juntos possamos lutar na construção
de um mundo melhor a partir da mudança de atitude e da
transformação do ser'.
A partir daquele momento, sabendo que tudo está no ser,
o Guerreiro entendeu que tens de assimilar tudo o que lhe for
apresentado no mundo externo. Incorporando ao âmago do ser
interior. Da mesma forma que tens, também, de exteriorizar,
em sua produção cultural, algumas coisas que cria
dentro de si e podem ser úteis ao mundo.
O Guerreiro se encontrou longe de ser o mesmo a partir daquele
momento. Contudo, o mesmo e o outro; O igual, o semelhante e o
diferente; Agora foram assimilados em comunhão total. A
ata foi selada pela conversação oculta nas entrelinhas.
O próprio Caboclo, os Pretos e os Exus, se tornaram Um
com o Guerreiro.
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