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Dauro Guimarães
Caçu / GO

 

A urna

O início de tudo foi no momento em que Joel, o mensageiro, chega à casa de Renato trazendo uma notícia ruim e ao mesmo tempo pedindo um favor.    
- Renato, meu pai pediu para o senhor ir até a cidade e trazer uma urna para o Duarte, ele morreu e está sendo velado lá em casa.
- Duarte? Ah Sim! Aquele que sempre trabalhava para os moradores da região? 
- É ele mesmo.
- E morreu de quê?
- Penso que foi do coração. Ele estava capinando ,levantou o corpo, pôs a mão no peito, gritou “ai!” Caiu e morreu.
Renato terminou seus afazeres o mais rápido possível, preparou a caminhoneta e foi buscar a encomenda. Na volta, saindo da cidade, um tal de Tiririca pediu carona. Seu pedido foi concedido, com uma alerta do motorista do quê ele estava transportando.
Lá se foram os dois. Não demora muito começa  a chover, Tiririca abriu a urna e entrou, colocou a tampa e ficou quieto. Outros, em seguida, também quiseram participar daquela viagem, sentados nas laterais ou mesmo de pé segurando no gigante; iam  uns seis.
Aos trancos e barrancos, pelas irregularidades da estrada, a caminhonete não passava de quarenta por hora. A chuva havia passado, Tiririca sentindo calor, de súbito abriu a tampa da urna e perguntou. 
- Parou de chover?
Tamanho foi o susto, que todos pularam, sobrando somente o Tiririca na carroceria. Uns quebraram pernas, outros com braços esfolados e cortes de todos os tamanhos. O estrago foi feio.
Renato, o motorista, diante da situação, não teve outra saída. Teve que voltar à cidade levando os feridos para o hospital.
Só após a conclusão desta tarefa pôde voltar para a fazenda levando a encomenda, que estava quase atrasada.

 

   
Publicado no livro "Contos Ardentes" - Edição Especial - Janeiro de 2015