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Rubercil da Silva Ribeiro
Volta Redonda / RJ

 

Mataram a baía

Já não me fascina a garbosa ponte
Que cruza insolente o bravio mar.
Há muito não ouso
Nas ondas dessas águas escondidas
Que se estendem sedutoramente
Desde os pés de ignóbeis montes
Que emergem tesos do seu chão
Ao diáfano mar da minha meninice.
Atrevidas meninas. Ah, essas meninas!
Ainda desfilam sobre suas ensebadas areias.
Onde estão as garoupas, os robalos, os badejos
Onde estão?
Meu Deus!
Meu Deus!
Mataram a baía.
Não de um só golpe,
Mataram-na à mingua.
Não num só dia,
Mas nos perenes dias
Da ganancia e desleixo de seus inquilinos.
Que direi às minhas crianças
Deste inescusável assassínio?
Do casto e gracioso éden
Resta um lôbrego luto
Regado por um pútrido mar de cocô
Meu Deus!
Meu Deus!
Mataram a baía.
Mataram a baía.

 

 

 

 


 

 

 
Poema publicado no livro "100 Grandes Poetas Brasileiros" - Edição Especial - Maio de 2015