Lindalva
Maria Casteluber
Alvorada do Oeste / RO
A
lenda do lobisomem
Numa cidade interiorana de Rondônia, aconteceu
um fato que deixou algumas famílias refletindo muito sobre
esta lenda assustadora. Será realmente uma lenda ?
Morando num barraco de pau à pique, a família não
acreditava nessa coisa. Porém, perceberam que toda noite
os cães latiam muito. Pareciam amedrontados. Era sempre
uma briga, em que os cães da casa apanhavam de outro cachorro
que ninguém sabia quem era o dono. E tudo foi passando.
O pior de tudo, era quaresma.
A única jovem da casa solteira, namorava um rapaz que morava
distante uns quatro quilômetros da sua. Todo sábado
ele ia ao encontro dela para planejarem seu futuro. Ele também
vinha de uma cultura que não acreditava em lobisomens.
Era uma época difícil. Ele era trabalhador, mas
a pouca renda não lhe permitia adquirir um carro, nem mesmo
uma bicicleta.
Numa certa noite, depois de muitos combinados, de muitos beijos
e namoro gostoso, deu a hora do rapaz ir embora. Noite de lua
cheia, ele seguiu adiante. Ela foi dormir, no bem bom.
Poucos momentos depois que o rapaz se foi, os cachorros levaram
uma boa surra. A moça ficou assustada, mas era católica,
e com muita fé rezou pedindo proteção para
ela, sua família e para seu querido amado que estava a
caminho de casa. O barulho acabou. O cachorros latindo e uivando
foram se acalmando aos poucos.
No outro dia, a família da moça foi informada pela
vizinhança, que naquela localidade todos os cachorros levaram
uma surra de um cachorrão preto, cujo dono todos desconheciam.
Pensaram consigo: “deve ser o tar do lobisome!Deus nos livre
!“
O namorado da moça afirmou que, logo ao cair no caminho
de volta sentiu medo. Ele, muito católico, pegou seu rosário
e se pôs a rezar o terço enquanto andava, tendo por
companheira a lua, o céu estrelado, as árvores amigas
e outros bichinhos da natureza. Sentiu um calafrio danado quando
passou por ele um enorme cachorro preto estranho. Foi o fim da
quaresma.
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