|
Antologias:
atendimento@camarabrasileira.com Produção de livros: cbje@globo.com |
Contato
por telefone Antologias: (21) 3393 2163 |
Produção
de livros: (21) 3547 2163 (21) 3186 7547 |
Geise de Oliveira Machulek Cicatriz Da sala de espera da terapia hiperbárica, como acompanhante de um familiar idoso, posso observar as pessoas que chegam para a sessão diária de duas horas, todas com um acompanhante como eu. Todas com um só objetivo, a cicatrização, independente do motivo: Úlceras, queimaduras, eczemas, ‘pé diabético’, membros amputados. O que todos ali esperam é ter uma bela cicatriz. No dicionário, a palavra cicatriz quer dizer: Sinal de ferida ou de chaga curada, Lembrança dolorosa, Vestígio de estrago, destruição, etc. Existem as cicatrizes da alma, que é um daqueles tipos que a gente fica torcendo para ter quando a ‘ferida’ ainda está exposta, porque sabe que quando ela aparecer, a dor não estará mais ali (ou pelo menos a maior parte dela). Aterrisso. O barulhinho que parece com o de vapor, lembra que a sessão de duas horas daquele dia acabou e, da câmara hiperbárica vão saindo, com a ajuda dos enfermeiros senhores e senhoras, entre eles um quase centenário de noventa e quatro anos e um jovem aparentando menos de vinte anos. *Conto real, filosofando com meus botões na sala de espera no inverno de 2010.
|
Publicado
no livro "Contos Fantásticos" - Edição
Especial - Maio de 2015 |
|