Helena Maria S. Matos Ferreira
Guapimirim / RJ
O mistério da coceira
Mica conhecera uma jovem que morava em uma cidade próxima daquela em que ele residia. A cidade não era longe mas era de difícil acesso. Várias conduções eram necessárias para chegar até lá. Mais ou menos cinco horas de viagem.
Bem, o nosso rapaz não ficava na casa da namorada, portanto ia e voltava no mesmo dia. Que cansaço!
Chegou a festa da padroeira. Era uma grande festividade. A cidadezinha ficava repleta de devotos e de romeiros. Mica reservou um quarto no único hotel do lugar. Bem no centro, numa subidinha; tinha uma bela fachada, uma ampla sala de estar, tudo muito limpo e cheiroso.
A festa aconteceu: Missas, banda no coreto, parque, procissão, fogos finalizando toda aquela alegria.
Mica deixou a menina e sua tia em casa e rumou para o hotel. Estava bastante cansado e com sono. Entrou, pegou a chave do quarto e foi descansar. Descansar? Será? Tomou banho e deitou-se na cama limpa e cheirosa. O travesseiro macio era convidativo. Fez o sinal da cruz, agradeceu pelo ótimo dia e fechou os olhos. Sentiu algo pulando na sua perna. Olhou, nada viu. Epa! Sentiu agora nas costas, nos pés, até na cabeça. Começou então uma coceira pelo corpo todo. Olhou para o chão. Limpíssimo. Os tacos de madeira estavam encerados, brilhando. O que seria? O que estava acontecendo? Seria pó de mico, alergia? E a coceira só aumentava. De repente, Mica observou um pontinho preto, grudado no seu pé direito. Pegou-o! Era uma pulga! Descoberto o mistério! O hotel era um grande pulgueiro! O que fazer agora? Era impossível dormir, permanecer naquele aposento. Pensou e achou um jeito. Já que a estadia estava paga e a portaria fechada, abriu a janela antiga e enorme, pulou-a e passou a noite na rua, deitado em um banco de praça. E as pulgas não lhe deram sossego, já que as suas roupas estavam infestadas pelos inoportunos insetos.
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