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Isabel Cristina Silva Vargas
Pelotas / RS

 

Os caminhos de cada um

 

  “Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo,
qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim”. Chico Xavier

Luzia era muito jovem quando conheceu Rodrigo. Começaram a namorar. Ambos tinham talento e inclinação para a música. Começaram tocando na igreja. Fizeram um grupo com outros amigos e seguiram tocando aos finais de semana. Ambos sentiam-se bem, pois era uma ocasião para ficarem mais tempo juntos.
Ele desejou ir mais além do que faziam e formou um conjunto para tocar em bailes e eventos sociais, comerciais e de entretenimento em bares. Ela como tinha uma voz muito bonita foi ser a vocalista do conjunto.
Ele era autodidata e tocava vários instrumentos: teclado, violão, baixo, bateria.
O que antes era uma atividade lúdica de final de semana e com finalidade de colaborar na paróquia que frequentavam, tornou-se meio de vida de ambos.
Passaram-se os anos e eles namorando, até noivaram e seguiram tocando em toda a região. Assim mesmo, ela conseguiu fazer faculdade e com essa etapa concluída queria trilhar novos caminhos. De adolescente ela passou a ser uma jovem com um caminho de amadurecimento já percorrido e desejando sair daquela vida de viagens e festas. Também queria exercer a profissão para a qual havia se habilitado. Enfim, o caminho por ela percorrido havia enriquecido seu interior e ele queria seguir só na música. Não fora fazer nada além do ensino médio e achava que estava ótimo daquela maneira. Havia ficado estacionado em um mesmo lugar e não se dispunha a ultrapassar nem contornar obstáculos nem para casarem nem para crescer como pessoa ou profissional. A relação se desgastava e eles não evoluíam um passo para seguir em frente.
Ela tomou a decisão. Abandonou o grupo e foi trabalhar. Não conversavam sobre que atitude tomar. Ela pressionava e ele nada fazia, até que ela descobriu que ele a traía. Havia enveredado por atalhos não imaginados por ela. Decepcionada o deixou, repartiu os bens adquiridos durante o noivado e foi viver sua vida.
Nunca mais cantou nem no grupo da igreja embora seja religiosa.
Trilha seu caminho sozinha. 

 

 

 
 
Conto publicado no livro "Contos do Vigário e outras Picaretices" - Julho de 2016