Roselena
Salgueiro Ruivo
Belém / PA
Das lembranças que tenho
Era o ano de... Não, não importa
agora qual era o ano, mas foi há muito tempo. Tempo em
que se podia andar livremente pelas ruas sem medo... Tempo em
que se namorava passeando pelas calçadas, de mãos
dadas. Tempo em que desde cedo se construíam sonhos de
casamento, de vida em comum, a longo prazo.
Da janela do novo apartamento, vislumbrei jovens jogando vôlei,
meninos de 16 e 17 anos, como eu. O impacto foi fulminante...
Deparei- me com um olhar doce, furtivo e ao mesmo tempo profundo
de um menino lindo, vindo em minha direção. Daí
para o namoro foi questão de poucos dias. Daí a
construir sonhos de um futuro a dois, foi questão de...
Pouquíssimo tempo, tal nosso entrosamento. Um verdadeiro
conto de fadas, segundo o meu então namorado. E, que, como
todo conto de fadas... Não, esse não teve o “felizes
para sempre”. Durou apenas um ano.
Por uma inconstância do destino, talvez pela nossa ingenuidade
ou pela sua teimosia e desejo de vingança, diante da descoberta
de uma terceira pessoa, um namorado já tão distante,
esse sonho tornou-se irreal. Houve a separação e
quarenta e poucos anos de profunda e total distância. Mas
como o mundo é redondo e gira, após todos esses
anos e tantas aventuras vividas, tantos outros sonhos realizados,
eis que sou por ele encontrada.
Muito tenho a agradecer à CBJE (Câmara Brasileira
de Jovens Escritores), pois foi através da primeira publicação
de uma poesia minha, que fui redescoberta por essa pessoa, mais
do que especial em minha vida.
O que temos, no momento, é a ânsia de nos aproximarmos
da melhor maneira possível, haja vista, que ainda há
certa distância geográfica e de estrutura de vida
entre nós. Mas a maior distância é a do tempo,
por ter carregado com ele nossos melhores sonhos, nossos melhores
anos, nossos melhores planos...
Porém, o que o tempo não conseguiu nos tirar foram
as lembranças. Essas ficarão guardadas para sempre
em nossos corações...
Quem sabe, em outras esferas, nos encontraremos para terminar
nossa linda história de amor e termos, finalmente, o nosso
tão sonhado “felizes para sempre”.
(Essa história é verídica e eu a dedico
à E.F.N.A, que a viveu comigo)
|
|
|
|
|