Saionara do Nascimento Leão
Urandi / BA
Quereres
Certamente definir a dimensão de um querer é um querer vivenciar. E vivenciá-lo é não saber por quê. Outrora, vivemos um enredo que não tem fim.
Estava a postos em uma noite que reservava surpresas. Você apareceu! E nos embalos da linda festa, surgiu uma aresta! Tirou-me para dançar. Meu coração balançou. Nunca pensei em resistir nem desistir. Viajei no fundo do ser, e ao som de uma linda música, dançamos. A magia acabou. Saímos ao amanhecer e trocamos palavras, ficamos a nos enternecer. Eu embevecida, cheia de sonhos. Alimentamos a essência do viver.
Do nada, me magoou. Certamente, voltaste ao mundo ao qual eu não fazia parte. Daí, você parte deixando para trás um vazio. Era esfuziante, tudo soava delirante. O amor peregrinou, se calou. E, em questão de meses, reativou como uma bomba atômica, deixando espaços vazios! Repentinamente floresceu. Poemas épicos surgiam, cartas de amor emergiam, em consonância com atos reais. Tomados por uma embriaguez, os corações explodiram. Mesmo sem ultrapassar as barreiras existentes, correspondemos aos anseios de um infindável romance. Contanto, com temores de um cenário sem ser de guerra, alimentamos as chamas ardentes que o tempo não apagou. Serei sempre aquela que no decorrer dos fatos, tornou-se forte para entoar uma cantiga, mesmo antiga, que ecoa para bem perto de ti. Roubei teu coração. Quem rouba um coração, pode ser bandida sim, entretanto deve ser banida para o calabouço! Sem alvoroço, fui julgada, absolvida, o perdão, tu me deste, através de promissoras palavras, que até hoje me consomem na mais completa singeleza e profundeza de um ser que ama.
Passa o tempo, sabes que não és um passatempo, e sim algo inexplicável! A cortina não se fecha, ela desfecha um amor de primavera, verão, outono e inverno, que se mistura e, costura o tempo. Libertar-se dos medos é conviver com os contos que aqui conto, espero que contes comigo e elimine o poder do silêncio.
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