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Ismar Carpenter Becker
Rio de Janeiro / RJ

 

O caminhoneiro Jonh Tex e a virilidade

Jonh Tex comprou uma jamanta nova com cabine dupla, vidros elétricos, som e ar-condicionado, um luxo só. Como a prestação era alta tinha que fazer o dobro das viagens para honrar seus compromissos.
E lá foi ele por aí quase sem tempo de namorar, mas numa parada técnica avistou uma profissional do sexo num bordel à beira da estrada cujo estabelecimento chamava-se “Catuca na Virilha House”, onde meninas de dezoito a cinquenta e seis anos praticavam a arte do amor, e resolveu conferir.
Chamou a balzaquiana para dançar mambo, foram para o quarto fazer amor e não gostou de seu desempenho. Será a preocupação do dia a dia? Será a idade de bronze chegando? Será que a balzaquiana era fria como a Patagônia? Enfim, saiu do bordel preocupado, pegou a estrada e ficou pensando com seus botões.
Parado para trocar a água e o óleo do caminhão, avistou uma farmácia e comprou um vidro de catuaba com amendoim e ginseng, no almoço comeu ovo de codorna com Caracu e foi à luta com a garçonete banguela em sua nova boleia. Dessa vez foi pior, pois não conseguiu engatar a primeira marcha, ficou em ponto morto. Frustrado, foi embora, chateado.
Numa noite lendo um velho jornal viu uma propaganda de estimulante sexual em promoção, não conversou e foi logo comprando uma caixa. Leu a bula com medo das contraindicações e foi à luta.
A primeira pessoa que avistou foi uma frentista, paraibana atarracada com os seios parecendo duas berinjelas, não bobeou tomou o comprimido sentiu um calor, sua manopla ficou em ponto de bala e pimba! Os anjos cantaram em coro “aleluia!”. Ficou tão feliz que foi embora assobiando e conversando com seu órgão sexual, como vai você? Está feliz? Não está mais cabisbaixo, murcho e triste?
Continuando sua viagem pelos Brasis não conversava, tomava a pílula revolucionária e pimba! A cavalaria atacava. De vez em quando a sua manopla endurecia e batia no teto da cabine de sua jamanta a latejar como nos velhos tempos.
Uma vez deu carona a um chapa quando de repente o termômetro subiu, o chapa olhou aquilo se espantou:
- Oxente, arriégua!
Pulou da cabine em movimento e saiu correndo pelo acostamento. Na verdade, Jonh Tex firmou seus pensamentos em Lurdinha Boca de Veludo e na Shirley Vulva de Ouro do Cariri, mulher que atendeu um destacamento de meganhas inteiro em cinco horas sem parar, a turma toda saiu do bordel com o pino seco.
E lá foi Jonh Tex pelos Brasis. Quando foi ao Paraguai buscar produtos eletrônicos, comprou um estimulante sexual de produção local e resolveu experimentá-lo ao som de uma guarânia paraguaia. Não deu certo e urinou a noite inteira, agora só compra de marca conhecida para não perder a sua fama pelas estradas.

 

   
Conto publicado no livro "Contos de Verão" - Edição Especial - Abril de 2014