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José Luiz da Luz
Ponta Grossa / PR

A lição de paciência e coragem
do professor do Lustosa




Uma criança pediu a um professor da região do Lustosa:
— Professor, ensina-me a ser uma pessoa pacienciosa e corajosa? Quando me insultam, muitas vezes penso em revidar, outras vezes fico depressivo com vontade de chorar.
O professor fechou o livro que lia e serenamente falou:
— Vá até o jardim e dê bofetadas na roseira, depois ordene que desabroche todos os botões imediatamente. Se não lhe obedecer, diga que é preguiçosa, inútil!
— Assim minhas mãos sairão feridas, além do mais, ela não me escutará, precisa seguir as leis da natureza— estranhou o aluno.
— Então vá até a mata e dê bofetadas na palmeira, também ordene que amadureça seus frutos imediatamente e que derrube nos seus pés! — exclamou o professor.
— Para que, se árvores não têm ouvidos?— o aluno vermelhou. — Além do mais, também sairia fora das leis da natureza.
— Insista, grite, dê mais bofetadas, cabeçadas — insistiu o professor.
— Assim quem vai sair ferido sou eu — respondeu o aluno estupefato com o que ouvia. Demonstrando insatisfação, voltou para sua cadeira.
Dias depois o aluno não se conteve, inquiriu novamente ao seu mestre:
— Professor, eu pedi que me ensinasse como me tornar uma pessoa pacienciosa e corajosa, mas o senhor não me ensinou.
—Na verdade não foi preciso, você mesmo sabia as respostas.
— Como assim?
— Você respondeu que se afrontasse uma roseira ou uma palmeira, sairia ferido, também respondeu que não dá para exigir flores nem frutos fora das leis da natureza. Esta é a lição da paciência! Para aprender a ser paciente é preciso antes aprender a respeitar.
O aluno inclinou a cabeça cismando, ouvindo o professor que continuava:
— A coragem exige sabedoria. Um ser corajoso se compara a uma roseira, ou a uma palmeira: não revida os ataques, deixa que o ofensor se fira sozinho, mantém a harmonia diante das pressões, oferecendo seus frutos e flores somente no tempo certo. É assim!
O aluno nunca mais se esqueceu da lição do professor do Lustosa.


   
Conto publicado no livro "Contos de Verão" - Edição Especial - Abril de 2014