Ricardo Steil
Itajaí / SC

Da instância do id

Ah, tu! Matriz das instâncias
Campo da vida mental
Normalmente afastado
Do conhecimento do ego

Ah, tu! Parte obscura
Inacessível da personalidade
Território das paixões indomadas, receptáculo do caos
Templo das moções pulsionais

Em ti não há morada para razão
Quiçá alojo para o que chamam:
Realidade

E as perversas irmãs cirandam:
“Amoral-amoral,
Onde estará a ética
Atemporal-atemporal
Sepultada bem longe daqui!”

Como és horrenda quando vista nos olhos daquele
Que vê sobre seu corpo
Bichos a regalaram-se da própria carne!

Como és adorável quando na falha palavra
Daquele que nos indaga:
“Por que eu, somente eu tenho dedo podre para o amor?”

Quem poderá reprimir-te
Esconder-te do mundo já que expostas traz
A mais insuportável das verdades:
Quem no fundo... somos todos nós