Luiz Valério de Paula Trindade
São Paulo / SP

Quando me apaixono

Quando me apaixono,
Substituo as vestes racionais pelas sentimentais
E realizo façanhas que não imaginava

Quando me apaixono,
Ainda que involuntariamente, mergulho profundamente
Mesmo desconhecendo a profundidade do lago.

Quando me apaixono,
Sirvo meu coração de bandeja como prato principal.

Quando me apaixono,
Desfoco o olhar das coisas periféricas
E percebo unicamente a sua presença.

Quando me apaixono,
Sou tomado por uma carga emocional que me transforma
Em uma pessoa melhor para ser merecedor do seu amor.

Quando me apaixono,
Me torno uma pessoa ainda mais verdadeira,
Pois minha entrega não é pela metade.

Quando me apaixono,
Sinto a real força
Da liberdade criativa fluir intensamente.

Quando me apaixono,
Penso que a vida é curta, pois tudo o que desejo compartilhar
Parece não se conter em uma só existência.