Helena Maria S. Matos Ferreira
Guapimirim / RJ
O beijo
Lucinha estava com pouco menos de quinze anos. Era muito sorridente e as crianças costumavam simpatizar com ela. Um dia “Seu” João “Cabeludo”, porque tinha muito cabelo, levou sua esposa e os filhos à casa de Lucinha, pois o pai dela era chefe dele e foram lá conversar sobre algo relativo ao trabalho. A filha menorzinha do “Seu” João atirou-se para Lucinha que a pegou no colo e ficou um longo tempo brincando com a criança. Resolveram o assunto e retiraram-se. Chegou a noite e Lucinha foi dormir. Pela madrugada acordou e sentou-se na cama com a sensação de um beijo na bochecha. Foi um beijo bem real e parecia de uma criança. Ensimesmada, Lucinha deitou-se novamente, mas com a sensação intrigante do beijo.
Ao amanhecer “Seu” João “Cabeludo” bateu palmas no portão e o pai de Lucinha foi atendê-lo. Retornou muito chocado, dizendo que a criança com quem Lucinha tanto brincara na véspera, morrera de um mal súbito, durante a madrugada.
Lucinha então entendeu que o espírito da menina veio avisá-la com aquele beijo.
Um anjinho fora para o céu enfeitar o jardim de Deus.
|
|
|
|
|