Sonia
Maria Guedes dos Reis
Rio de Janeiro / RJ
Maguila, o gorila
A menina não perdia a oportunidade de assistir ao desenho
animado. Era um gorila enorme: marrom, peludo, usava gravata borboleta
e uma bermuda com suspensórios... uma gracinha! Aprontava
mil e uma diabruras com seu paciente dono, o senhor Peebles.
Geralmente o programa antecedia o horário do colégio.
Ágatha então, tomava um banho bem rápido
para não perder o desenho, vestia o pequeno roupão
de banho sem enxugar-se direito e devorava o almoço...
até aquele dia!
Após as traquinagens costumeiras, o grandalhão foi
banhar-se cantarolando canção indefinida. Ainda
assoviando, apanhou a toalha, pequena demais para seu tamanho,
e segurando-a pelas pontas, num arremedo de pular corda, jogou-a
para trás e enxugou as costas diante da surpresa de dois
olhinhos grudados à tela.
A menina então, ainda molhada, repetiu o gesto e aprendeu
finalmente a secar os ombros, ficando finalmente, enxuta por igual.
Saiu feliz e na escola contou aos amiguinhos o que havia aprendido
na televisão. Percebeu que outros coleguinhas tinham a
mesma dificuldade.
A partir daquele dia, encantaram-se ainda mais com o desenho e
não mais apresentaram o uniforme úmido. Afinal o
Maguila, aquele querido gorila havia-os ensinado (sem saber) a
cantarolarem durante o banho diário e principalmente, a
enxugarem suas costas.
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