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Helena Maria S. Matos Ferreira
Guapimirim / RJ

Teia de estrelas

Já é tarde. As estrelas já mudaram sua posição no céu. Parece uma grande teia de aranha, brilhante, verdadeira obra de arte, tênue, mas firme, e o grande aracnídeo é a Lua iluminada e majestosa.
Não há alternativa a não ser o silêncio envolvente de uma casa semivazia. O sono esvaiu-se nos pensamentos e preocupações que parecem insolucionáveis. A palavra soou-me estranha, será que existe? A nossa língua tem armadilhas que perpassam do esquema para o sistema. Deixemos de lado a Linguística. Outra estranheza (ou estranhamento?) - a extinção do trema. Acabaram com a sofisticação dessa palavra e de outras tantas. Para que ou por que implicar com dois pinguinhos tão bonitinhos? Ainda bem que deixaram o h no seu devido lugar. Já pensaram homem sem agá? Aonde iriam parar a estética e a magia de tal palavra?
Não quero mais questionar a língua de Camões. De Camões ou do nosso querido Professor Bechara?
Estou sem sono e escrevo sem um determinado rumo. Não sei o que desejo, o que pretendo neste exato momento. Preciso tranquilizar o meu espírito, mas a minha mente está inquieta, ansiosa. Bocejo, porém se eu retornar para a cama, provavelmente não dormirei. Os pensamentos quais insetos permanecerão zumbindo, batendo de um lado para o outro, irritando a minha paciência que já anda escassa.
A maioria dos escritores tem olhos cansados. Certamente porque ao invés de dormir, fica brincando com a caneta ou com o teclado, preenchendo linhas e criando ideias e personagens.
Ainda bem! O sono passeou por aí, mas resolveu voltar e, antes que as divagações o espantem encerro a minha tecitura. Boa noite linhas em branco! Boa noite! 

   
Conto publicado no Livro de Ouro do Conto Brasileiro Contemporâneo - Edição Especial - Julho de 2015