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Mamede Gilford de Meneses
Itapipoca / CE

 

Um final feliz

 Faz um bom tempo que ausentei-me do ritual da coroação de Maria mãe de o Deus Filho, mas quando chega o quinto mês de cada ano, minha memória abre a janela e libera tais lembranças, meu coração se acelera e os meus olhos jorram torrentes das emoções vivenciadas...
 Tenha certeza que o dito mês ainda transpira cheiro das rosas que ornamentavam o altar da Santa, a voz das cantoras que harmoniosamente interpretavam os hinos, e como se pouco materializa o retorno dos anjinhos, e em destaque um coroando a homenageada.
Por ser um dos seus devotos compus o Soneto que segue, e a devida melodia, o qual intitulei-o Minha leal crença e dediquei-o a nossa mãe divina, veja-o:

Quando estou sozinho
Em meu canto de labor
Ponho a mão no tercinho
E o recito com louvor.

Então sinto a presença
De vibração da melhor,
E a minha leal crença
Gera amor em sol maior..

Ao passo que mãe Maria
Dá ares da sua graça
E me acolhe com alegria.

Todavia, por extensão,
O mesmo faz com os demais;
Pois é grande o seu coração.


Pela ordem, chamo a mulher que desde a puberdade tem destaque garantido na arte de representar e apresentar: nos Eventos Sacros, nas Sessões da Escolas, nos palcos do Círculo dos Trabalhadores Cristãos, nos Clubes Sociais da urbe itapipoquense e vizinhanças.
Consumada essa fase, a adolescência pousou no seu ego e lhe administrou com postura ética que furtava as atenções dos colegas, amigos e conhecidos
Foi então que autoridades eclesiásticas da congregação Católica Apostólica Romana puseram-lhe as vistas e encontraram porções de talento, e com o consentimento dos seus pais convidaram-na à compor o quadro de voluntários à edificação da obra de catequização.
Como toda regra tem exceção, no fulgor da juventude o seu coração rendeu-se aos encantos de um moço e no tempo considerável se casaram, e constituíram bela prole.
Quando tudo parecia normal, um vento sem norte adentrou-se a residência do casal, injetou dose de essência maligna e para evitarem maiores constrangimentos enfrentaram a indigesta separação... e dali por diante o tempo lhe foi fechado, mas a vocação maternal lhe fez poderosa para criar e educar os seus descendentes.
O nefasto episódio não enfraqueceu-a, ao contrário ampliou sua dedicação ao trabalho no Magistério, no Foro e logo depois na Rádio Esperança... Nesta, apresenta o "Cidadania em Ação", no qual fui entrevistado algumas vezes sobre Arte de escrever e outros assuntos.
No exercício da comunicação ela tem metodologia ímpar e memória fabulosa, pois sua mesa dispensa apontamentos; implica em dizer-se que as abordagens são praticadas aleatoriamente e sob fundo musical de astros da MPB.
Agora desfaço o mistério e declaro: estou narrando fragmentos da vida... de Maria Elizabeth Ribeiro Viana que num dia especial aceitou o desafio de promovermos um "Concurso Literário" a nível nacional, cujo objetivo fora garimpar intelectuais da literatura..., patrocinado exclusivamente pelo "Amor ao próximo".
Tivemos um final feliz e através da internet entregamos ao Brasil e outros Países mais de uma dezena de Poetas contemporâneos, devidamente diplomados.
 Na deixa sua ousadia confidenciou-me: "Doutor, esteja certo que vou cursar Direito na UVA, e tenho convicção que Deus dar-me-á saúde, talento e disposição para tornar real o ideal que nutro desde muito jovem; advogar para os necessitados".
A luta foi titânica mas o sonho se realizou e Elizabeth desde então se mantém firme como uma rocha e valente quanto uma leoa defendendo suas crias.
Acrescentando ao já exposto, digo que essa grande mulher, mesmo abarrotada de ocupações..., jamais negou solidariedade aos pais; principalmente ao senhor Luciano que por ordem celestial recentemente retornou a casa de o seu Criador, mas permanece cuidando da sanidade de sua amada mamãe e dos demais parentes.
Ao fim, rogo a juventude à doravante amar o próximo como Deus recomendou, pois todos somos originários do mesmo DNA.

(Dedico esse texto a estimada Doutora Maria Elizabeth Ribeiro Viana).

 

   
Conto publicado no Livro de Ouro do Conto Brasileiro Contemporâneo - Edição Especial - Julho de 2015