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Adeilton Oliveira de Queiroz
Gama / DF

Senda

Senda  é uma picada,
Não num sentido de mordida,
Mas sim,  picada querendo dizer:  caminho estreito, trecho difícil , duro; que não tem propensão a mobilidade. Picada é o não fácil.
Não pense no estreito de Gibraltar. Não pense em azul céu , ar, peixes, lanchas ou mar. Pense em não amplidão. Apertado, assustador.  Pense em difícil, desértico.
Assim sendo
Paixão é senda; é uma caminhada não aerífera, daí o efeito de ébrio em Dédalo sentido pelo caminhante romântico; bobo mesmo.
 Paixão é uma natureza de perímetros sem generosidade. Que se vacilarmos, nos quebra.
Senda é paixão. É trecho com acúmulo de não espaços que muitas vezes, ao invés de nos levar ao amor, apenas nos cerceia. Vara que nos comprime e desdenha as liberdades e as transformam em carrosséis de escombros sem precedentes.
Na condição acima, na senda, vive meu rosto. Nesse estreito onde um rinoceronte gigante tenta dançar. Senda  é ter as próprias mãos de veias saltadas, entrelaçadas levemente sob uma remota árvore de saltadas raízes; porque não existe uma mão alheia que nos acolha nem por um breve lance de tempo monotonamente monocórdico e sem canção.
Caminho, picada, senda, paixão, difícil, ilusão: sinônimos são.

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Poema publicado no Livro de Ouro da Poesia Brasileira Contemporânea - Edição Especial - Julho de 2015