André Luiz de Oliveira Pinheiro
Rio de Janeiro / RJ

A vida

Ah! Por quantas, às manhãs, aqui estive
Produzindo a luz e o som da alvorada
Disfarçando em morte, minha face alada
Sussurrando, a todos, sobre o amor, e livre...

Livre, minhas asas, na imortal morada
Pela eternidade, voo que revive...
Cego me entrevê... Terá quem me cative?
Eis-me, à imensidão, latente vou calada...

Eu estou naquilo que não vedes claro
Eu estou naquele vosso olhar mais raro
Sou a luz na treva, numa ideia erguida...

Sou no grão, no verme o convívio incerto
Mas, repleta estou no íntimo deserto...
Na tristeza ou alegria... Sou a vida!