Renato Lacerda Isquierdo
Guaíba / RS

A minha armadura

Por todos os lados, as paredes
Me observam;
O relógio grande, que dança na minha cabeça,
Avisa que já é tarde.
Sou tão pequeno dentro da armadura
De lata que eu criei.
Sei! Estou perdido!
Ando procurando minha alma.
Onde estão descansando meus sonhos?
Quero voar novamente
Naquele barco que se chama imaginação.
As paredes me espiam,
Me ensurdecem com um silêncio mortal.
Que horas são agora?
Será que ainda dá tempo de dizer que te amo?
Será que ainda posso sair correndo pelo mundo
Como um menino sonhador?
Despertando as casas, movimentando sonhos,
Com tamanha alegria que nunca
Coube no meu coração.